segunda-feira, 16 de abril de 2012

A Ética e o Acadêmico de Direito

      A ética pode ser definida como a “ciência do ethos” e está relacionada ao comportamento humano. A palavra grega ethos na pluralidade de seus conceitos pode também significar o ‘conjunto de hábitos ou costumes fundamentais' de determinadas sociedades.
      O acadêmico que optou por uma carreira cujo núcleo é trabalhar com o certo e o errado. Ele tem mais responsabilidade do que estudantes destinados a outras carreiras, de conhecer o que é moralmente certo e o que vem a ser eticamente reprovável. Para isso, os acadêmicos precisam se conscientizar de que é mais importante a formação de profissionais éticos do que a participação em eventos " culturais de status"  tão pouco criativas como as  Semanas Jurídicas, onde os acadêmicos em busca de horas complementares se inscrevem e não fazem a menor questão em comparecer, ou se comparece é por compra de pontos na média, na verdade a  tal Semana não é nada mais do que uma venda camuflada de pontos na média.
      O que os professores passam para os acadêmicos como exemplo de compromisso com a verdade  e com a justiça? Limitam-se apenas a ministrar aulas prelecionais quase sempre resumidas ao exame sequencial da codificação. Não há espaço para reflexão crítica, nem para a pesquisa. O ensino é sofrível, a pesquisa quase ausente, nem se fale na extensão.
      Mas a culpa não é apenas do docente, muitos estudantes que ingressou na Faculdade de Direito não sabem exatamente o que vão encontrar ali. Partem-se do pressuposto de que o Direito trará dinheiro e status.
O caminho para o jovem advogado é árduo, aqueles que insistem em não buscar uma transformação e buscar o diferencial, só encontrará espaço para servir como Office boys de advogados já no mercado.
      O primeiro dever do estudante de direito é manter lúcido e consciente. Indagar-se sobre seu papel no mundo, a missão que lhe foi confiada e que depende de sua vontade. Atingindo o discernimento, o estudo contínuo, sério e aprofundado será conseqüência natural. A pessoa lúcida sabe que ela pode transformar o mundo, mesmo ela lhe pareça pequena e insignificante.
      A participação do aluno na vida concreta do direito é essencial. A escola não pode ser transmissora inerte da verdade codificada e de alguma orientação jurisprudencial. Ela tem o dever de formar uma consciência critica no alunado. O novo bacharel deve ser um agente transformador da realidade, antes de a faculdade lhe oferecer tudo isso, é dever ético do acadêmico dela exigir a fidelidade para com esse ideário.
      Ouso afirmar que o estudante de direito deve procurar agir eticamente e ser virtuoso desde bancos escolares. Pois a advocacia é das profissões que primeiro se preocuparam com sua ética, a parte da moral disciplinadora da moralidade dos atos humanos. Segundo Rafael Bielsa,” o atributo do advogado é sua moral”.

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